AULA 27 – MODOS GREGOS - APRESENTAÇÃO
Certamente você já deve ter ouvido palavras estranhas na música, como Lócrio, Mixolídio, Eólio, e outros termos esquisitos, que muitos pensam ser algo de outro mundo. Na verdade, tratam-se apenas de estruturas musicais desenvolvidas na Grécia Antiga, pelos povos das diversas regiões que a compunham.
Assim como no Brasil, por exemplo, temos costumes específicos em cada região do país (no Sul, é comum certo tipo de música, no Nordeste, o costume já é bem diferente), na Grécia Antiga, cada região desenvolveu uma característica sonora específica, que originou um modo de se tocar e cantar diferente. Estas formas absorveram o nome de seus criadores. Por exemplo:
• Os povos da região Jônica desenvolveram o modo Jônio
• Os povos da região Dórica criaram o modo Dórico
• Os povos da região Frígia criaram o modo Frígio
• Os povos da região Lídia desenvolveram o modo Lídio
• Os povos da região Eólia desenvolveram o modo Eólio
Como disse, estes modos foram originados na Grécia Antiga, mas sua organização foi melhor desenvolvida na Idade Média, por volta do Séc. VI, pela Igreja de então. Como foram desenvolvidos e muito praticados na música litúrgica da igreja, na época do Papa Gregório I, algumas pessoas também chamam os modos gregos de Modos Litúrgicos, Modos Eclesiásticos (referente à Igreja) ou ainda de Modos Gregorianos.
Se colocarmos em ordem cronológica:
1) Os gregos antigos desenvolveram cada modo isoladamente;
2) Por volta do século VI, o Papa Gregório organizou os modos, originando assim os Modos Eclesiásticos (A início, eles montaram um sistema utilizando apenas os modos Dórico, Frígio, Lídio e Mixolídio);
3) Por volta do Século XVI, incluiram mais dois modos neste sistema musical: o Jônio e o Eólio;
4) Após estes, bem mais recentemente (acho que no séc. XX), mesclaram idéias do Modo Lídio com o Dórico e criaram o modo Mixolídio (onde o prefixo “mixo” significa “mistura”), e para completar um ciclo de sete modos (de acordo com o número de notas musicais), foi criado o Modo Lócrio, sétimo e último modo grego.
Algumas pessoas dizem que os Modos Gregos são na verdade Escalas Gregas, mas não é muito correto afirmar que os modos são escalas. O nome “modo” se deu porque cada um é na verdade um modo diferente de se tocar a escala natural. Em cada um dos sete modos, há alguma alteração com relação à Escala Maior, portanto eles não são teoricamente uma escala, mas sim modos diferentes de se tocar uma escala. De qualquer forma, na prática, eles podem ser vistos sim como escalas.
Além destes sete modos, há também uma variação de cada um deles, totalizando assim 14 modos, mas isso ficará para uma aula mais pra frente.
Como disse na aula passada, entramos agora numa área da música um pouco mais complexa, e precisarei detalhar bem cada passo, e dividir os conteúdos em aulas específicas para cada avanço de informação que fizermos, para que ninguém se perca no meio do caminho. Sendo assim, iniciarei uma nova aula, em seguida, mostrando como são cada um dos sete modos gregos. Esta é apenas uma aula de apresentação.
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