AULA 28 – MODOS GREGOS - ESTRUTURAÇÃO


Nesta aula, montarei os sete modos gregos, e para tal, me basearei sempre na Escala Maior, com as alterações típicas de cada modo. Os Modos Gregos, como já disse na aula anterior, são formas (modos) diferentes de se tocar ou cantar uma escala. São baseadas na Escala Maior, porém, com alterações nos intervalos entre cada uma das notas e a nota tônica.


Por exemplo, alguns modos têm um intervalo de 2ª maior entre o segundo grau e a tônica, enquanto outras escalas têm um intervalo diferente entre estes graus. Enfim, o que diferencia cada um dos modos são os intervalos entre a Tônica e cada uma das demais seis notas que a compõem. Dos sete modos, vou começar apresentando os três modos maiores (com 3ª maior), e em seguida, os quatro modos menores (com a 3ª menor), criando exemplos na tonalidade .


1) O primeiro modo que apresentarei é o modo chamado Jônio. Este modo é caracterizado pela seguinte estrutura escalar:

T   2   3   4   5   6   7

Como estamos nos baseando na Escala Maior, você pode perceber que não há nenhuma alteração. A Tônica continua sendo tônica, o segundo grau não tem nenhuma alteração (não é aumentado nem diminuído nenhum tom), assim como todos os demais graus da escala. Ou seja, não há alteração nenhuma com relação à Escala Maior, portanto o Modo Jônio nada mais é que outra nomenclatura para a tão conhecida Escala Maior. Se alguém pedir para você tocar as notas do Ré Jônio, por exemplo, basta você tocar a Escala Maior de Ré, que será a mesma coisa.

Ex.:

Ré Maior:     Ré   Mi   Fá#   Sol   Lá   Si   Do#
Ré Jônio:     Ré   Mi   Fá#   Sol   Lá   Si   Do#

Obs. O Modo Jônio possui uma sonoridade mais alegre, animada, pois nela, os graus VI e VII são maiores.


2) O segundo modo que apresentarei é o modo chamado Lídio. Este segundo modo tem a seguinte estrutura, com base na Escala Maior normal:

T   2   3   #4   5   6   7

Esta estrutura quer dizer que, baseando-se na Escala Maior, haverá apenas uma alteração no IV grau, aumentando-o meio-tom. Ou seja, eu montarei a Escala Maior da tonalidade desejada e aumentarei meio-tom no quarto grau da escala. Aquele “#4” simboliza um aumento de meio-tom no IV grau.

Ex.:

Ré Maior:     Ré   Mi   Fá#   Sol    Lá   Si   Do#
Ré Lídio:      Ré   Mi   Fá#   Sol#  Lá   Si   Do#

Obs. O Modo Lídio também transmite uma sensação de alegria. Músicas animadas, pois é bem parecido com o Modo Jônio, além de ter o IV grau aumentado, que afasta ainda mais a típica sonoridade menor mais "depressiva".
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3) O terceiro modo será o Mixolídio, que tem a seguinte estrutura, com base na Escala Maior:

T   2   3   4   5   6   b7

Ou seja, a única alteração se encontra no sétimo grau da escala, que será diminuído em meio-tom. Se na Escala Maior de Ré, a nota Do é sustenida, no Modo Mixolídio, ela será meio-tom abaixo, ou seja, um Do natural.

Ex.:

Ré Maior:          Ré   Mi   Fá#   Sol   Lá   Si   Do#
Ré Mixolídio:    Ré   Mi   Fá#   Sol   Lá   Si   Do

Obs. O Modo Mixolídio é um Modo "meio-termo", pois apesar de ser um Modo Maior, apresenta a sétima menor, portanto pode ser usado em diversas situações, principalmente nos Blues Maiores.
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 [Agora, passo a apresentar o grupo de modos menores, ou seja, que têm o terceiro grau menor, com relação à Escala Maior. Por exemplo, se na escala “normal” (Escala Maior) de Ré, o terceiro grau é um Fá sustenido, nestes modos menores, o Fá será natural.]


4) O quarto modo será o modo Dórico, que apresenta as seguintes alterações, com base na Escala Maior:

T  2   b3   4   5   6   b7

Como já deve ter entendido o raciocínio, a diferença entre este modo e a escala padrão (Escala Maior) é que ele tem os graus III e VII meio-tom abaixo.

Ex.:

Ré Maior:      Ré   Mi   Fá#  Sol   Lá   Si   Do#
Ré Dórico:    Ré   Mi   Fá    Sol   Lá   Si   Do

Obs. O Modo Dórico é um Modo Menor, portanto já não transmite o mesmo clima festivo que os Modos Maiores, mas não chega a ser algo "deprê". Também é muito utilizado em diversos estilos musicais, como o Jazz, Funk e Black.
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5) Nosso quinto e antepenúltimo modo é o Eólio, com as seguintes alterações da Escala Maior:

T   2   b3   4   5   b6   b7

A diferença entre a Escala Maior e o Modo Eólio é que neste, os graus III, VI e VII serão meio-tons abaixo. O modo Eólio equivale exatamente ao Modo Menor Natural!

Ex.:

Ré Maior:    Ré   Mi   Fá#  Sol   Lá   Si      Do#
Ré Eólio:     Ré   Mi   Fá    Sol   Lá   Si b   Do

Obs. O Modo Eólio já começa a gerar uma sonoridade mais específica, mais tendenciosa à tensão do ouvinte, pois já apresenta três notas menores em sua estrutura. É um dos modos mais utilizados no Rock.
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6) Nosso penúltimo modo a ser estruturado será o modo Frígio, com a seguinte estrutura:

T   b2   b3   4   5   b6   b7

Para chegar a este modo, basta montar a Escala Maior, e diminuir meio-tom dos graus II, III, VI e VII.

Ex.:

Ré Maior:     Ré    Mi        Fá#   Sol    Lá    Si      Do#
Ré Frígio:     Ré    Mi b    Fá      Sol    Lá    Si b   Do

Obs. O Modo Frígio já tem uma característica mais misteriosa, tensa, "carregada", pois logo no início da escala, já temos um intervalo menor, além de outros três graus bemóis. Com sonoridade mais sombria, é uma opção frequentemente utilizada em Heavy Metal, por exemplo.
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7) Nosso sétimo e último modo, e também o mais complexo e provavelmente o menos utilizado, é o modo Lócrio, com uma estrutura bem alterada:

T   b2   b3   4   b5   b6   b7

Pela estrutura, podemos ver que ele representa uma Escala Maior com todos os graus meio-tom abaixo, exceto os graus I e IV.

Ex.:

Ré Maior:     Ré    Mi      Fá#   Sol    Lá        Si      Do#
Ré Lócrio:   Ré    Mi b   Fá     Sol    Lá b     Si b   Do

Obs. Este é o modo mais extravagante, pois possui alterações em quase todos os graus da escala, e tem inclusive uma quinta diminuta, gerando composições bem excêntricas. Difícil caracterizar a sonoridade deste modo.
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Pronto. Agora, você já sabe como é a estrutura de cada um dos sete modos gregos. Em nossa próxima aula, vou apresentar um novo ponto de vista sobre a montagem dos modos.

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