AULA 23 – CAMPO HARMÔNICO MENOR


Assim como aprendemos a construir o Campo Harmônico Maior, na aula 18, aprenderemos agora a construir o Campo Harmônico Menor, utilizando os mesmos procedimentos. Caso queira, dê uma recapitulada sobre estes procedimentos na aula 18!

Já sabemos que na Escala de uma tonalidade, encontramos as notas que estarão presentes numa música daquela tonalidade, enquanto no Campo Harmônico de uma tonalidade, encontraremos os acordes presentes na música daquela tonalidade. Sendo assim, montaremos nesta aula o Campo Harmônico Menor das escalas menores naturais, para chegarmos aos acordes que comporão uma música em tonalidade menor. Como esta é uma das matérias mais complicadas deste Curso, detalharei um pouco mais os passos para a construção do Campo Harmônico. Vamos construir o Campo Harmônico com as tríades e já com as tétrades também.


Assim como nas aulas 18 e 19, sobre Campo Harmônico Maior, passarei a vocês um método mais correto e complexo de se entender o processo de formação dos Campos Harmônicos, e em seguida, um método mais simples e descomplicado, para quem quiser apenas memorizar os resultados do Campo Harmônico.


MÉTODO TEÓRICO


A primeira coisa que faremos é escolher uma tonalidade para nosso Campo Harmônico. Para esta aula, vou começar com a tonalidade Do, mesmo, ou seja, vamos construir o Campo Harmônico Menor Natural de Do, valendo-nos da Escala Menor Natural de Do para isto. Para relembrar, segue a escala:


• DO RÉ MIb FÁ SOL LÁb SIb


Primeiro Passo: Para criar o primeiro acorde possível, do Campo Harmônico Menor de Do, tomaremos a primeira nota da escala (Do), e juntaremos a terça e a quinta notas, a partir dela, ou seja, Do + Mib + Sol. Como sabemos, este acorde é o Do Menor (Cm). Se quisermos construir uma tétrade, basta adicionarmos a sétima nota da escala também, ou seja, o Si, de forma que construamos um Do Menor com Sétima Menor (Cm7). Nos exemplos abaixo, vou deixar em vermelho as notas que utilizaremos, valendo-nos apenas das notas da Escala Menor Natural de Do:


Do (T)     Ré     Mib (3ª)     Fá     Sol (5ª)     Láb     Sib (7ª)


Segundo Passo: Agora, buscaremos o segundo acorde do Campo Harmônico. Faremos a mesma coisa que no passo anterior, porém nossa tríade terá como tônica a segunda nota da escala de Do, ou seja, o Ré. Teremos o Ré, saltando duas notas da escala encontraremos o Fá, e saltando mais duas notas, chegaremos ao Lá bemol. Logo, nosso segundo acorde será formado por Ré + Fá + Lá bemol, que corresponde ao acorde de Ré Diminuto (). Se quisermos montar a tétrade, basta incluirmos a nota Do (mais um salto de segunda), obtendo assim um Ré Meio-Diminuto (ré menor com quinta diminuta e sétima menor – ). Veja no exemplo, utilizando a Escala Diatônica de Do, mas iniciando pela tônica, que agora será o Ré:


Ré (T)     Mib     Fá (3ª)     Sol     Láb (5ª)     Sib     Do


• Terceiro Passo: Faremos o mesmo procedimento, mas agora iniciando pela terceira nota da escala, o Mi bemol. Teremos o Mib + Sol + Sib, que formam o acorde de Mi Bemol (Eb). Para criar a tétrade, basta adicionar o Ré, gerando assim um Mi Bemol com Sétima Maior (Ebma7). Veja no exemplo, utilizando a Escala de Do, mas iniciando pela Tônica Mi:


Mib (T)     Fá     Sol (3ª)     Láb     Sib (5ª)     Do    


• Quarto Passo: Idem aos anteriores, mas iniciando pela quarta nota da escala, Fá. Teremos Fá + Láb + Do, correspondente ao acorde Fá Menor (Fm). Adicionando o Mi bemol, teremos a tétrade Fá Menor com Sétima Menor (Fm7). Veja o exemplo:


Fá (T)      Sol     Láb (3ª)     Sib     Do (5ª)     Ré     Mib


• Quinto Passo: Idem aos anteriores, mas iniciando pela quinta nota da escala, Sol. Teremos Sol + Sib + Ré, correspondente ao acorde Sol Menor (Gm). Adicionando o Fá, teremos a tétrade Sol Menor com Sétima Menor (Gm7). Veja o exemplo:


Sol (T)     Láb     Sib (3ª)     Do     Ré (5ª)     Mib    


• Sexto Passo: Iniciando pela sexta nota da escala, Lá bemol, e pulando intervalos de terças, teremos Láb + Do + Mib, correspondente ao acorde Lá Bemol (Ab). No caso de uma tétrade, basta incluirmos o Sol, que originará um Lá Bemol com Sétima Maior (Abma7). Veja o exemplo:


Láb (T)     Sib     Do (3ª)     Ré     Mib (5ª)      Fá     Sol


• Sétimo Passo: Por fim, iniciando pela sétima nota da escala, Si bemol, teremos Sib + Ré + Fá, correspondente ao acorde Si Bemol (Bb). Incluindo o Lá bemol, teremos a tétrade Si Bemol com Sétima Menor (Bb7). Veja o exemplo:


Sib (T)     Do     Ré (3ª)     Mib     Fá (5ª)     Sol     Láb


Desta forma, construímos o Campo Harmônico Menor Natural de Do, ou seja, se sua composição estiver em Do Menor, você poderá utilizar os seguintes acordes:


• Cm ou Cm7
• Dº ou DØ
• Eb ou Ebma7
• Fm ou Fm7
• Gm ou Gm7
• Ab ou Abma7
• Bb ou Bb7


Segue abaixo a definição da montagem de um Campo Harmônico Menor Natural:


• Para construir um Campo Harmônico Menor Natural, eu devo escrever a escala da tonalidade desejada, e construir acordes com intervalos de terça e quinta e sétima a partir de cada uma das sete notas da escala. O resultado te dará sete acordes, tendo como fundamental cada uma das sete notas que compõem a escala original desejada.


Como eu disse, daria uma explicação mais teórica, e uma mais fácil de se memorizar, como segue:


MÉTODO PRÁTICO:


Neste método, você precisará fazer apenas o seguinte:


• 1º Passo: Monte a escala da tonalidade desejada;
• 2º Passo: Os graus I, IV e V serão sempre menores com sétima menor (Im7, IVm7 e Vm7)
• 3º Passo: O grau II será sempre meio-diminuto (IIØ);
• 4º Passo: Os graus III e VI serão sempre maiores com sétima maior (IIIma7 e VIma7);
• 5º Passo: O grau VII será sempre maior com sétima menor (VII7);


Veja só, exemplificando com a escala de Do:


GRAU:              T          II          III            IV             V           VI             VII
ESCALA:              DO      RÉ       MI              FÁ        SOL       LÁ             SI
ACORDE:             Cm7   DØ       Ebma7     Fm7     Gm7      Abma7      Bb7


Agora, exemplificando com a escala de Ré:


GRAU:              T          II         III              IV          V           VI             VII
ESCALA:              RÉ       MI       FÁ#         SOL      LÁ         SI               DO#
ACORDE:             Dm7    EØ     Fma7       Gm7     Am7      Bbma7     C7


Entendeu? Você monta a escala da tonalidade a ter o Campo Harmônico construído, e com base nos sete graus da escala, qualifica as tríades dos graus I, IV e V como m7; o II grau como Ø, os graus III e VI como Maior com ma7, e o VII grau como Maior com Sétima Menor.


Cada Campo Harmônico contém sete acordes, que poderão ser utilizados em suas composições, conforme a tonalidade a que pertencem. Caso queira formar o Campo Harmônico das Escalas Menores Harmônicas ou Melódicas, basta aumentar meio-tom na sétima nota da escala (no caso da Menor Harmônica) e/ou aumentar meio-tom da sexta e da sétima nota da escala (no caso da Menor Melódica), conforme ensinado na aula anterior.


Segue a definição fácil da construção dos Campos Harmônicos:


• Para construir o Campo Harmônico Menor de uma tonalidade, escreva as sete notas da escala desta tonalidade, e construa acordes, sabendo que o 1º, o 4º e o 5º acordes da escala deverão ser acordes menores com sétima menor, o 2º será meio-diminuto, o 3º e o 6º serão maiores com sétima maior e o 7º será sempre maior com sétima menor.


Em nossa próxima aula, falarei sobre os acordes e escalas relativas, e em seguida, discorrerei rapidamente sobre alguns tipos de escalas comuns ou incomuns na música ocidental. Aguarde!

Aula Anterior