Israel - Resumo

Israel
Breve Resumo da História Bíblica
Eduardo Feldberg - Jun-Ago/2003


Em 2003, desempregado, me propus a aproveitar meu tempo fazendo estudos sobre diversos temas. Dentre eles, estudar um pouco da longa história de Israel e dos israelitas. Num trabalho bem exaustivo, porém bastante proveitoso e sempre baseado nos relatos bíblicos, cheguei ao seguinte resumo:

Deus chamou a Abrão (Abraão, por volta de 2.100 a.C.) e disse que faria dele uma grande nação. Quem o abençoasse seria abençoado e quem o amaldiçoasse seria amaldiçoado (cf. Gn 12:3). O tempo passou e Abraão gerou a Isaque, que por sua vez gerou a Jacó, que gerou doze filhos, dentre eles José. José, por ciúmes, foi vendido por seus irmãos aos midianitas, que por sua vez o venderam a Potifar, oficial de Faraó - Egito. Depois de altos e baixos, Deus prosperou José naquele país e Faraó o nomeou governador do Egito (cf. Gn 41:40). Sobreveio uma grande fome no Oriente (cf. Gn 47:13), mas com a revelação de Deus através de José, houve prosperidade no Egito (cf. Gn 47:23). Devido à fome, José trouxe para o Egito toda a sua família e parentes, num total de 75 pessoas (cf. Ex 1:5/ At 7.14) que cresceram e se multiplicaram lá. Faraó morreu e outro Faraó indiferente à história de José reinou em seu lugar (cf. Ex 1:8). Ele viu que os descendentes israelitas (israelitas porque descendem de Israel - ou Jacó. cf. Gn 32:28) ficavam mais poderosos que o próprio povo egípcio (cf. Ex 1:9) e resolveu judiar dos hebreus (povo descendente de Abraão, provavelmente originado do nome Héber, neto de Noé - Gn 10:21), obrigando-os a fazer trabalhos pesados (cf. Ex 1:13).


Aqui temos o início do cativeiro de Israel. Depois de 430 anos (cf. Ex 12:40), Deus liberta seu povo através de Moisés (cf. Ex 12.31) e os faz peregrinar pelo deserto, rumo à terra prometida. Os 75 descendentes de Jacó que foram para o Egito, 430 anos depois formaram uma multidão de 600 mil homens, sem contar as crianças, as mulheres (cf. Ex 12:37). Após 40 anos de deserto (cf. Dt 29:5), Moisés chega à terra prometida - Canaã – com todo o povo e nomeia Josué como seu sucessor (cf. Dt 31:7). O tempo vai passando e os israelitas vão vencendo guerras e ampliando seus territórios (cf. Js 6; 8; 10:16; 10:25; 11; 12:7). Josué dividiu todas as terras conquistadas por eles em 12 tribos (cf. Js 13-21). Cada uma seria habitada pelos descendentes de cada um dos 12 filhos de Jacó (cf. Gn 49 – A porção de José ficou com os descendentes de seu filho, Manassés).

Deus havia ordenado aos hebreus que matassem a todos os habitantes de Canaã (cf. Nm 33:51-53) para que o povo não se contaminasse com as abominações deles (cf. Dt 20:16-18), porém o povo não os exterminou por completo (cf. Jz 1:28) e como consequência, acabaram se contaminando com a idolatria deles (cf. Jz 2:12, 13). Deus se irou contra eles e os entregou nas mãos de seus inimigos (cf. Jz 2:14). A partir daí, surgiu uma sucessão de derrotas israelitas, que geravam desespero, e uma nova conversão do povo a Deus, que os livrava por intermédio de um grande homem (ou mulher), mas o povo sempre acabava caindo no pecado novamente (cf. Jz 2:16-17; Jz 3:9, 10, 12,14; Jz 3:15, 28,4: 1; Jz 4:2, 14, 15,6: 1). Os israelitas sempre voltavam para o pecado (cf. Jz 10:6; Jz 13:1).

Os filisteus dominaram os israelitas por aproximadamente 200 anos. Até os tempos de Davi. Passaram por Israel diversos juízes (homens escolhidos por Deus para liderar o povo, cf. Jz 2:18), tais como Sansão (cf. Jz 15:20), Débora (cf. Jz 4:1; 5:31), Gideão (Jz 6:1; 8:35), entre outros. O tempo passa e os hebreus continuam longe de Deus. Surge o último dos juízes. Samuel, o profeta. Ele foi um homem temente a Deus e conduziu o povo por toda a sua vida (cf. 1 Sm 7:15). Quando envelheceu, os hebreus pediram que fosse eleito um rei, pois queriam um rei de carne, assim como os outros povos, e não mais Deus (cf. 1 Sm 8:1, 5, 19,20).

Deus concede ao povo o rei Saul. Saul desagrada a Deus e Samuel o repreende dizendo que Deus tiraria seu reinado (cf. 1 Sm 13:13, 14) e colocaria um homem segundo o Seu coração. Surge Davi, que reina sobre a tribo de Judá (cf. 2 Sm 2:4). Depois de muitas guerras, Davi é constituído rei sobre todo o Israel (cf. 2 Sm 3:1; 5:3). Davi conquistou também a cidade de Jerusalém (cf. 2 Sm 5:6, 7) e fez dela capital de Israel. Davi reinou por 40 anos (cf. 1 Rs 2:11) envelheceu e ungiu seu filho Salomão como rei de Israel (cf. 1 Rs 1:34, 47,48). Salomão foi o homem mais sábio e mais rico todos os homens (cf. 1 Rs 4:29, 30; 1 Rs 10:23). Salomão edificou o Templo que Davi quis construir quando estava vivo (cf. 1 Rs 5:5; 6:38). Uma casa fixa que substituiria o móvel Tabernáculo. Este templo é considerado ainda hoje uma das 7 maravilhas do mundo antigo. Salomão se desviou de Deus e se uniu a 1000 mulheres que o afastaram de Deus e o fizeram seguir outros deuses (cf. 1 Rs 11:3, 4). Deus se irou e levantou inimigos contra o reino de Salomão (cf. 1 Rs 11:14). Salomão reinou por 40 anos (cf. 1 Rs 11:42). Quando Salomão se afastou do Senhor, Deus disse que dividiria o reino em 2 tribos. Daria uma para a descendência dele, para conservar a linhagem messiânica e a outra tribo seria dada para seu servo Jeroboão (cf. 1 Rs 11:11, 12, 13, 31,32). Este fato ocorreu da seguinte forma:


Os hebreus estavam cansados, devido aos trabalhos pesados que estavam fazendo e vieram pedir para o atual rei, Roboão, filho de Salomão, que ele os aliviasse um pouco dos seus trabalhos (cf. 1 Rs 12:4, 15). Roboão os ignorou e quis aumentar ainda mais o trabalho. Com isso, os hebreus pensaram: O que nós temos a ver com esse rei? Ele que se vire. Vamos nos separar dele e fazer nosso próprio reino (cf. 1 Rs 12:16). Esses hebreus seguiram a Jeroboão, que ficou com as 10 tribos do Norte. Roboão ficou com os hebreus da tribo de Judá e de Benjamin, que seguiram a descendência de Davi (cf. 1 Rs 12:17, 20,21). Deus dividiu Israel em 2 reinos:


Norte: chamado Israel, com 10 tribos. Jeroboão reinou sobre as 10 (cf. 1 Rs 11:31).
Sul: chamado Judá, com a tribo de Judá, partes da de Benjamim e Simeão. Roboão, filho de Salomão reinou (cf. 1 Rs 12:17)


Surge no Reino do Norte o profeta Elias, que foi um profeta muito usado por Deus. Seu sucessor é Eliseu, que também é muito usado. Vários reis passam pelas tribos até que, devido aos seus pecados e idolatrias constantes, Deus permite que aos poucos eles sejam derrotados e levados cativos pelos seus inimigos. Primeiro o Império Assírio foi dominando aos poucos todo o Reino do Norte, (cf. 2 Rs 15:29; 17:6). Essas são as 10 tribos judaicas perdidas que ainda se ouve falar.


O Reino do Sul, por sua vez, foi levado cativo pelos Babilônios, sob o comando do rei Nabucodonosor (cf. 2 Rs 20:17; 24:10 25:21). Hoje os hebreus são chamados judeus porque de todas as tribos de Israel, a única que sobrou foi a tribo de Judá. Doravante, israelitas/hebreus são denominados judeus (restante de todas as 12 tribos).

Durante o cativeiro dos judeus na Babilônia, surgem Daniel e seus 3 amigos (cf. Dn 1:6). Daniel cresce e se torna um grande profeta de Deus. Nabucodonosor enlouquece e em seguida é restaurado, falecendo como um homem temente a Deus (cf. Dn 4:33-37). Belsazar o substitui, e desagrada a Deus (cf. Dn 5:22, 23) tendo assim seu reino dominado pelo exército Medo-Persas (cf. Dn 5:31). Os judeus serviram a Babilônia por 70 anos (cf. Jr 25:11).

O Senhor havia dito através de uma profecia de Ezequiel que após os 70 anos de cativeiro na Babilônia, os judeus seriam novamente livres, tendo seu próprio "lugar" (cf. Jr 29:10) e cumpriu Sua palavra. Quando o rei Ciro os tomou por servos, Deus tocou em seu coração. Ciro permitiu que os judeus retornassem a sua pátria para reconstruir Jerusalém e o Templo (cf. Ed 2:1, 2). Isaías já havia profetizado isso cerca de 160 anos antes desses fatos (cf. Is 45:1, 4, 5,13). Ciro liberou primeiramente cerca de 50 mil pessoas, sob a liderança de Zorobabel (cf. Ed 2:1, 2, 64,65). Essa foi considerada a primeira das três levas de judeus para Jerusalém, ocorrida em 538 a.C.

Esse povo voltou, construiu os alicerces de Templo (cf. Ed 3:10). Os inimigos dos judeus quiseram atrapalhá-los (cf. Ed 4:4) e com isso, interromperam as construções do Templo (cf. Ed 4:24). Uns 16 anos mais tarde, Deus envia os profetas Ageu e Zacarias para confortar o povo e encorajá-los a continuar a construção. Com esse apoio, os judeus voltaram à ativa (cf. Ed 5:1, 2). O governador daquela região e alguns homens queriam impedir a construção, mas o Rei Ciro ordenou que eles saíssem dali (cf. Ed 5:3, 13,17; 6:1, 6, 7,13). Deus usou muito o Rei Ciro para concretizar sua promessa. Enfim, cerca de 20 anos após a saída dos judeus, o Templo foi edificado (cf. Ed 6:15).

Cerca de sessenta anos depois, ocorreu a segunda das três levas de judeus para Jerusalém, ocorrida em 457 a.C., liderada por Esdras. Nesses tempos, o rei da Pérsia era Artaxerxes. Ele permitiu que Esdras levasse para Jerusalém todos os judeus que quisessem ir (cf. Ed 7:1, 13). Na primeira leva, a função do líder (Zorobabel) era levar o povo para reconstruir Jerusalém e o Templo. Já na segunda leva, a função do líder (Esdras) era despertar os judeus espiritualmente. Torná-los a Deus e motivá-los a obedecer a Lei de Deus (cf. Ed 7:10; 10:1).

Na segunda leva muitos judeus foram para Jerusalém, mas não todos. Treze anos após Esdras chegar a Jerusalém, encontramos um homem chamado Neemias. Ele era o copeiro do rei Artaxerxes (cf. Ne 2:1) e era um servo temente a Deus. Ele soube que os judeus estavam vivendo na miséria e que os muros de Jerusalém estavam totalmente destruídos (cf. Ne 1:3) e ficou muito abatido com isso por cerca de quatro meses (cf. Ne 1:1 com 2:1). O rei percebeu sua tristeza e perguntou o que estava acontecendo. Neemias explicou tudo. O rei perguntou o que ele queria e Neemias pediu que o liberasse para ir à Judá edificar os muros de Jerusalém. O rei o liberou e Neemias foi para Jerusalém com a função de governador (cf. Ne 2:2-8). Esta foi a terceira leva, liderada por Neemias, ocorrida em 444 a.C.

Neemias e o povo começaram a edificar os muros. Alguns homens contrários a construção do muro os atrapalharam. Vendo que a construção estava cada vez mais rápida e eficiente e que suas táticas e ataques psicológicos não estavam os detendo (cf. Ne 4:7) e começaram a atacá-los fisicamente, mas os judeus montaram um bom esquema de defesa (cf. Ne 4:8, 9). Os inimigos eram tantos que os edificadores do muro tinham que fazer a obra com uma mão e lutar com a outra (cf. Ne 4:17). Depois de curtos 52 dias, todo o muro foi concluído (cf. Ne 6:15). Enfim, a cidade de Jerusalém e o Templo estavam completos.

Depois disso, devido aos freqüentes pecados de imoralidade e idolatria da parte dos judeus, Deus permitiu que povos como os gregos e persas invadissem e conquistassem a cidade. O último império foi o Romano, que conquistou toda a Palestina e anexou Jerusalém ao seu território.


Jesus nasceu durante o governo de Roma em Israel. O povo judeu rejeitou a Jesus como sendo o Messias que havia de vir. Jesus ainda profetizou uma nova invasão (cf. Lc 19:41-44) que se sucederia, a menos que eles O aceitassem como Messias. Se os judeus não tivessem rejeitado a Cristo, a história deles teria sido outra.
Essa nova invasão aconteceu cerca de quarenta anos depois da morte e ressurreição de Jesus, em 70 d.C.. O exército romano sitiou Jerusalém (habitada por cerca de 1,2 milhões de judeus) por cerca de 140 dias (uns dizem 134 dias, outros 143). Durante o cerco, cerca de 630 mil judeus morreram (fome, doenças, etc..). Os que não morreram por causas naturais foram mortos pelos exércitos, sobrando apenas 98 mil, que se salvaram e fugiram.

Esses 98 mil originaram a "Diáspora", que foi a dispersão dos judeus pelo Império Romano. Eles foram muito perseguidos por diversas nações, mas não foram extintos. Esses judeus ficaram espalhados pelo mundo do ano 70 ao ano de 1948 (1878 anos). Sem governo, sem bandeira, ligados unicamente pela religião, que permaneceu firme por todos esses anos.

Em 1948, após a 2ª Guerra Mundial, a ONU criou o Estado de Israel, na Palestina, para que os judeus voltassem a ter sua própria pátria. Na criação desse Estado, a região seria dividida em 2 partes. Uma para palestinos e outra para judeus. Nessa época, os palestinos eram "governados" pela Inglaterra. Quando a ONU dividiu o território, a Inglaterra pulou fora e os palestinos proclamaram sua independência (14/05/1948). Os palestinos (árabes que tomaram posse de Israel desde a expulsão dos judeus) não gostaram da idéia de terem os judeus de volta e fizeram uma aliança com diversos países da região (Egito, Jordânia, Síria, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão). Os países disseram:


"- palestinos, saiam do seu território. Quando os judeus vierem para cá nós mataremos todos eles."


Essa seria uma batalha totalmente desproporcional. Os 6 países tinham cem milhões de pessoas, enquanto Israel tinha apenas três milhões. Os palestinos saíram do território, esperando o massacre dos judeus, mas tiveram uma desagradável surpresa. Israel ganhou a guerra milagrosamente. (Qualquer semelhança com o Antigo Testamento pode não ser mera coincidência.) Venceram a guerra, aumentaram seus territórios e fecharam todas as suas fronteiras, impedindo a reentrada dos palestinos em Israel. Essa foi a chamada “Guerra dos 6 Dias”. Com isso, os palestinos se tornaram os "refugiados palestinos", que se espalharam pelos países do Oriente (Egito, Jordânia, etc...). Desde então, os judeus têm enfrentado diversos conflitos. Numa dessas batalhas (em sua maioria, guerras de expansão) eles conquistaram Jerusalém e a proclamaram "capital eterna de Israel". Agora, os palestinos a querem, os judeus a têm, o Papa quer internacionalizá-la, enfim... “Jerusalém está se tornando uma pedra pesada.” (cf. Zc 12:1, 2).

“Certamente Cedo Venho... Ora Vem, Senhor Jesus!” Ap. 20:21



E.F.

5 comentários:

  1. Olá! gostei do Seu Estudo!
    Parabéns Deus continue te dando inspirarão!
    Uma pergunta:
    Dessa geração não passará, essa geração é a geração da figueira? Essa de 1948 até...?
    se poder me responda via e-mail.
    Obrigado!!!
    Abraço!

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  2. Olá esse é meu e-mail, desculpa-me!
    Sobre a Pergunta de Figueira...
    jonatas.marcondes@yahoo.com.br

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  3. Obrigada por seu estudo! Me ajudou bastante a compreender melhor a História de Israel!

    Ana

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  4. Amado me envie este resumo por e-mail, te agradeço e a paz do SENHOR.
    FILHOFENDER@HOTMAIL.COM

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