"MÚSICAS SECULARES"
Eduardo Feldberg - 20/07/2006 (com revisões posteriores)



[Importante: Neste artigo não pretendo apoiar a prática de se ouvir músicas seculares, mas sim estimular os cristãos a terem argumentos e raciocínios mais concretos para embasar seus conceitos e convicções. Não quero provar o que é ou não é correto, mas sim mostrar que essa questão deve ser mais bem analisada do que alguns desavisados pensam. Particularmente, não costumo ouvir músicas seculares, mas meu desejo não é te incentivar a ouvir ou não este tipo de música, mas sim levá-lo a analisar a questão e fortalecer seus paradigmas de forma firme e racional, e não apenas guiando-se pelo que a massa diz, procedimento este que acaba provocando o errôneo conceito geral de que todos os cristãos são irracionais.]



Hoje em dia muitos cristãos rejeitam sumariamente músicas taxadas como "seculares" ou "do mundo", afirmando que são todas dedicadas ao Diabo. Baseando-se em chavões como “ou é pra glória de Deus ou não é”, “ou é de Deus ou é do Diabo”, “se não exalta a Deus, exalta ao Diabo”, estas pessoas endurecem e bilateralizam a mente de outras, que temerosos, excluem de suas fitotecas toda e qualquer gravação "não-gospel", mas será mesmo que tudo aquilo que não é consagrado diretamente a Deus é consagrado ao Diabo? Se afirmarmos que sim, obrigatoriamente teremos que afirmar que o "Hino Nacional" é uma obra satânica e o célebre "Parabéns pra Você", uma ovacionização diabólica, duas inferências que considero bastante incoerentes. Para iniciar a questão, precisamos definir os termos, pois isto não é muito claro entre os cristãos.


O QUE É MÚSICA GOSPEL E O QUE É MÚSICA SECULAR?

O termo “gospel” provém do idioma inglês e quer dizer “Evangelho”. Segundo algumas fontes de análise etimológica, o termo surgiu da junção das palavras “God” e “Spell”, onde “God” significa Deus e “Spell“ significa Palavras Mágicas. Juntas, passam a idéia de “Palavras Divinas”, no sentido de não serem palavras humanas normais, naturais, mas sim palavras sobrenaturais, “mágicas”, oriundas do próprio Deus. Antigamente os escravos norte-americanos compunham músicas cristãs conhecidas como “gospel sings”, ou seja, “canções evangélicas”. O termo “gospel” se difundiu sem tradução pelos demais continentes e veio parar aqui no Brasil, como um idiotismo que denota “música cristã”.

Podemos considerar como música gospel ou cristã uma música que expresse especificamente os valores do cristianismo, que fale sobre Deus, Seus maravilhosos atributos e obras, que enalteça a Jesus Cristo ou que de alguma forma, mesmo que indireta, O exalte. Já uma música secular é aquela que engloba qualquer outro assunto, não necessariamente cristão ou religioso. Em muitos outros países, não há esse dualismo “músicas cristãs x seculares”. Comumente se divide as músicas apenas entre músicas religiosas ou não-religiosas, mas no Brasil os evangélicos atribuíram às músicas não-religiosas o termo “secular”, numa alusão à palavra “século”, que significa “mundo” e quando utilizada no âmbito cristão, é interpretada como “tudo aquilo que é mal, contaminado pelo mal”, ou mais vulgarmente falando, “é do mundão”. Assim, todas as músicas não-cristãs acabaram sendo sumariamente enquadradas no grupo de músicas “seculares”.


SÓ PODEMOS OUVIR MÚSICAS “CRISTÃO/RELIGIOSAS”?

No Brasil os evangélicos costumam dividir a música em dois segmentos: cristã ou secular, e é principalmente aqui que reside todo o problema que tentarei solucionar neste texto. Como já escrevi há pouco, muitos afirmam que “ou uma música é cristã ou é do Diabo”, ou garantem que “tudo o que não é feito por um cristão exalta o Diabo”, como se só os cristãos soubessem fazer coisas boas, mas lendo a Palavra vemos que os ímpios também podem fazer coisas boas assim como os cristãos. Um cristão só faz coisas boas por intermédio do Senhor, afinal, toda boa dádiva vem d’Ele (Tg 1.17), portanto um não-cristão também pode fazer coisas boas, quando Deus assim o quer, e é por causa desta acepção e exclusivismo errôneo que muitos hoje aborrecem músicas compostas por ímpios.

Se dissermos que um cristão só pode ouvir músicas cristãs, isto é, que falem sobre o cristianismo, sobre Deus ou algo estritamente religioso, nós – cristãos - não estaríamos autorizados a cantar clássicos da MPB, cantigas de roda, músicas infantis como “o sapo não lava o pé”, hinos de equipes esportivas como o do Corinthians ou do São Paulo, hinos pátrios como o Hino Nacional ou da Independência, jingles como “não adianta bater, eu não deixo você entrar” (Lojas Pernambucanas) e centenas de outras músicas que estamos acostumados a ouvir e até cantar, como o clássico “Parabéns pra Você”, visto que não são músicas cristãs, mas isso é incoerente. Nenhuma destas músicas traz algo prejudicial à nossa vida cristã, então para evitarmos este encurralamento, precisamos entender que nem todas as músicas não-cristãs são impróprias aos cristãos. Não raro, me vejo diante da seguinte conversa:

- Música secular é pecado, Eduardo!
- Por que você acha que é pecado?
- Porque toda música que não é feita para Deus é feita para o Diabo.
- Então você peca toda vez que canta “Parabéns pra você”?
- Não... Essas músicas são diferentes.
- Ué, qual é a diferença? Ela foi feita para Deus?
- Não.
- Então segundo o seu raciocínio, foi feita para o Diabo, e deve ser evitada.
- Mas essas músicas são outros quinhentos. É diferente.

Devido a essa fraca argumentação, tão ordinária no meio evangélico, tentarei estruturar melhor este assunto.

Entendo que a música, quando relacionada à religião ou à vida espiritual, não deve ser ramificada em apenas dois extremos (cristã ou secular), como sugerido por alguns, mas sim em quatro segmentos, que defino da seguinte forma:

1 – Músicas que exaltam diretamente a Deus: Músicas essencial e originalmente cristãs, como louvores a Deus, cânticos espirituais, hinos e salmos, etc..

2 – Músicas que exaltam indiretamente a Deus: Músicas que valorizam as obras do Senhor, como a natureza, a amizade, o amor, a família, a alegria, a comemoração, a persistência, hinos pátrios ou qualquer outra qualidade ou situação respaldada pela Palavra de Deus, e que, portanto, sejam harmoniosas com os princípios bíblicos, a moral cristã, etc.

3 – Músicas que exaltam diretamente a Satanás: Músicas satânicas, ateístas, que contenham sub ou sobreliminarmente evocações demoníacas, culto a outros deuses, feitiçaria, etc..

4 – Músicas que exaltam indiretamente a Satanás: Músicas pornográficas, provocativas, sensuais, destrutivas, depressivas, depreciativas, que façam apologia à práticas imorais, contrárias à correta conduta cristã, etc..

[É importante ressaltar que não estou visando “alargar o caminho estreito” do cristianismo, mas sim desconsiderar a impureza de algo que a Palavra não afirma ser impuro, e por tratar-se de um assunto tão atual e polêmico, tentarei ser cauteloso e claro em todas as minhas palavras.]

Se aceitarmos esta divisão de quatro partes, poderemos dizer que um cristão não precisa se limitar a músicas cristãs (essencialmente religiosas), mas a qualquer outra música que não exalte direta ou indiretamente a Satanás e o Reino das Trevas por meio de conteúdo imoral, apologia às práticas abomináveis ao Senhor, divulgação de procedimentos pecaminosos, práticas que se contrapõem à busca pela santidade. Podemos ouvir outras músicas, desde que sejam aconselháveis aos cristãos, convenientes aos Filhos de Deus, que já não vivem segundo os padrões do mundo, mas sim habitados pelo próprio Espírito Santo de Deus.

Assim como é conveniente lermos a Bíblia e outros livros cristãos, podemos ler livros seculares, desde que não firam nossos princípios nem se desarmonizem com a Palavra de Deus, base do nosso cristianismo. Da mesma forma, podemos ouvir músicas cristãs e hinos de louvor, mas também ouvir músicas seculares, desde que passem no mesmo filtro adotado acima, para seleção de livros.


SENDO ASSIM, QUAIS MÚSICAS SÃO APROPRIADAS PARA CRISTÃOS?

Nesta segunda seção do artigo, pretendo fazer uma definição plausível de quais músicas são aconselháveis aos cristãos. Percebo que ao tentar conceituar uma música apropriada para cristãos, muitos se valem de argumentos falaciosos que podem ser invalidados logicamente.

POSIÇÃO 01:

Algumas pessoas dizem que uma música própria para os cristãos é aquela composta por uma pessoa cristã, afinal só uma pessoa cristã pode compor algo aceitável ao Senhor, ou só uma pessoa cristã pode elaborar algo santificado e consagrado ao Senhor de forma útil aos demais cristãos. Dizem que as pessoas ímpias só fazem coisas ruins, e tudo o que criam é maléfico aos cristãos e exalta ao Diabo. Crendo assim, engendram o seguinte silogismo:

A) Uma música apropriada para cristãos é aquela que é feita por um cristão;

B) Logo, toda música apropriada para os cristãos deve ser feita por um cristão;

C) Logo, não é aconselhável a um cristão ouvir músicas compostas por não-cristãos.

O raciocínio é válido entre as premissas, porém o problema está em se provar a premissa A, afinal:

(1) quem disse que só o que é feito por cristãos é apropriado para outros cristãos, e
(2) como sabemos quem realmente é um cristão?

Nos defrontaremos com um grande problema, afinal o joio cresce com o trigo! (Mateus 13.30) Que garantia temos de que um evangélico está fazendo uma música com intuitos bons, que visam à glorificação do Senhor? Eu mesmo conheço cantores "cristãos" que engodaram o público evangélico a fim de se autopromoverem, e após conquistarem a fama se desmascararam. Além disso, conheço ímpios que já compuseram músicas mais lindas e profundamente cristãs do que muitos pop-stars evangélicos. Infelizmente sabemos que desde os primórdios da Igreja Cristã há “cristãos” mais desprezíveis que ímpios, e acho complicado tentarmos limitar uma música que agrada ao coração de Deus simplesmente porque ela foi feita por uma pessoa que vai à Igreja. Além disso, há muitos autores cristãos fazendo composições para Deus e para músicos seculares. Em outro aspecto, temos também alguns cantores como Sérgio Saas que fizeram músicas homenageando suas mães. Jeremiah Bowser e Aline Barros compuseram músicas para seus cônjuges, enquanto a Fernanda Brum e a Eyshila cantam músicas dedicadas à amigas. Se o critério para definirmos música “gospel” é simplesmente assegurar que a mesma tenha sido feita por um cristão, todas estas músicas são “gospel”, isto é, tanto as que foram feitas para Deus quanto as dedicadas e compostas para mães, pais, esposas, etc.

Não simpatizo com este posicionamento, pois é essencialmente exclusivista e acaba arrolando pessoas que não honram o cristianismo no mesmo grupo das que o honram, ou ainda com pessoas que mesmo não sendo cristãs são mais corretas do que elas. Apesar de não costumar ouvir músicas seculares, minha consciência se tranqüilizaria muito mais se eu fosse a um estádio escutar o Chico Buarque num show para promoção da paz, do que se eu fosse uma igreja escutar a "moça nordestina cristã" que cobra U$$7.000,00 mais estadia num hotel de no mínimo 4 estrelas para "louvar ao Senhor" numa igreja. É isso mesmo! Mesmo estando no Brasil, a cidadã cobra em dólares. Vai ver é pra não ter que ir à casa de câmbio antes de comprar suas jaquetas Prada. Vejo muito mais cristianismo no primeiro evento que no segundo, sem dúvida! Embora não frequente shows seculares (tampouco cristãos), acho muito mais coerente um show da banda secular U2, onde grande parte das vendas (senão toda ela) vai para instituições e ONG's em favor da paz, da erradicação da miséria, do investimento na área da educação em países miseráveis, do combate à AIDS, do que ir a um evento do sucesso gospel do momento, que clama a Deus dizendo faz um milagre em mim, mas cobra nada mais nada menos que R$50.000,00 para passar duas horas numa igreja. Sinceramente, não sei se me indigno mais com um cantor desses ou com aqueles que o chamam para ministrar numa igreja. Por que alguém preferiria gastar R$ R$50.000,00 para ouvir um cantor famoso mais do que investir este dinheiro em dezenas de outras opções mais benéficas para o Reino de Deus? Com este valor é possível fazer qualquer das opções abaixo:

01) Enviar e sustentar um casal de missionários por 3 anos;
02) Construir 5 templos para 100 pessoas cada num povoado indígena;
03) Distribuir 1.250 cestas básicas para pessoas carentes;
04) Distribuir 13.150 cobertores populares para necessitados.

Como poderia afirmar que o escopo de um indivíduo desses é glorificar ao Senhor e expandir o Reino de Deus, e não sua conta bancária? Como um músico desses, dito “cristão”, pode dizer que ambiciona abençoar a noiva de Cristo, se seu talento só é acessível às igrejas milionárias? Me lembro da passagem de Mateus 23, em que Jesus chama os fariseus de hipócritas (vs. 13), filhos do inferno (vs. 15), guias cegos e insensatos (vs.17), sepulcros caiados (vs.27) e serpentes, raças de víbora (vs.33). Bom, é só uma lembrança mesmo. Como sou apenas mais um pecador miserável, vou deixar este tipo de julgamento para o Dia do Juízo, com aquele que infinitamente melhor do que eu, sabe julgar com Justiça e Misericórdia.

Enfim, não quero tornar este texto um desabafo, mas apenas lembrar que nem todo crente é de fato um cristão, então não devemos dizer que o que os evangélicos fazem é sempre bom enquanto o que os ímpios fazem é sempre ruim. Nesse aspecto, compartilho a mesma opinião do ministro João Alexandre, que afirmou numa entrevista a uma revista cristã que

"A fé não anula a competência de ninguém."

POSIÇÃO 02:

Como um segundo ponto de vista, encontramos aqueles que afirmam que uma música apropriada para um cristão é aquela composta com o intuito de glorificar a Deus, porém, para defender esta idéia, tais pessoas precisam sustentar um silogismo parecido com o seguinte:

A) Uma música apropriada para um cristão é uma música composta objetivando a glorificação do Senhor;

B) O homem sabe qual é o intuito do coração dos compositores;

C) Portanto o homem está apto a discernir quais músicas são apropriadas para os cristãos e quais não são.

Todavia, a Palavra nos é clara na declaração de que apenas Deus é conhecedor do coração dos homens, e é Ele quem sonda nossas motivações e objetivos reais, (Jr. 17.10) que estão ocultos a nós, humanos que vemos apenas a aparência, o exterior, portanto a afirmação B não pode ser sustentada. Na verdade, sequer sabemos na maioria das vezes quem é o compositor das músicas cantadas no meio evangélico, afinal, muitos “ministros de louvor” de tempo integral não têm inspiração nenhuma para compor louvores a Deus, e para lançarem CD’s, contratam compositores ou traduzem músicas internacionais... Bom, esse outro desabafo ficará para uma próxima oportunidade. Fora isso, há também os compositores que criam canções tanto para grupos cristãos quanto seculares. De uma forma ou de outra, não somos nem um pouco capazes de desvendar as intenções do coração de uma pessoa só porque ela usa terno e gravata.

POSIÇÃO 03:

Um terceiro grupo entende que uma música apropriada para os cristãos é aquela que fala sobre Deus, ou que exalta Suas obras. Para amparar este raciocínio, seus adeptos precisam arrazoar o seguinte silogismo:

A) Uma música própria para cristãos é aquela que fala bem de Deus;

B) Qualquer pessoa pode compor uma música falando bem de Deus;

C) Uma música própria para os cristãos pode ser feita tanto por um cristão quanto por um não-cristão, desde que fale bem de Deus.

Trata-se de mais um raciocínio quase válido, porém há uma dificuldade na afirmação A, pois uma música cristã é aquela indicada aos cristãos e convenientes a eles, e apenas porque uma música fala bem de Deus não indica que ela seja apropriada aos cristãos. Por exemplo, um seguidor do espiritismo pode compor uma música falando sobre o amor de Deus, sobre o perdão de Deus e no refrão, dizer que na próxima reencarnação, continuará amando ao Senhor. Isso já não é uma música apropriada aos cristãos, visto que são guiados pela Palavra, e nela consta que não há reencarnação (Hb. 9.27). Noutro exemplo, podemos imaginar um umbandista falando bem de Deus, e dizendo que de todos os deuses que ele cultua, Deus é o seu preferido. Isso também vai contra a Palavra de Deus, visto que a mesma nos ordena cultuarmos e adorarmos somente ao Senhor, e a nenhum outro deus. (Êx. 20.3-5). Outro problema é que ao admitirmos esta posição, teremos que excluir de nossa “relação de músicas apropriadas aos cristãos” todas aquelas dedicadas às mães, pais e esposas, e teremos também que derrubar o pré-requisito “ser composta por uma pessoa cristã”, afinal existem composições de não-cristãos que também falam sobre Deus! Sendo assim, não devemos dizer que uma música conveniente ao cristão é aquela que fala bem de Deus, pois, além disso, ela precisa cumprir outras exigências, que veremos a seguir.

POSIÇÃO 04:

Por último, apresento a concepção de que uma música adequada para cristãos é aquela que exprime idéias que se harmonizam com a Palavra de Deus e com os valores cristãos, e para defender esta definição, vou montar o seguinte silogismo:

A) Uma música apropriada para cristãos é aquela que exprime idéias que se harmonizam com a Palavra e os valores cristãos;

B) Composições assim não são limitadas a pessoas cristãs;

C) Músicas apropriadas para cristãos podem ser feitas por cristãos e/ou não cristãos, desde que não firam a Palavra de Deus nem contradigam os ensinamentos do cristianismo, mas se harmonizem com eles.

Desta forma, a premissa maior (A) é coerente, conforme a definição que expus no início deste artigo, a premissa menor (B) também é lógica, afinal pessoas não cristãs também sabem fazer coisas boas (mais pra frente discorrerei mais sobre esta questão), e a conclusão (C) se dá de forma lógica e racional. Aceitando esta estrutura de idéias, podemos dizer que uma música apropriada para um cristão é uma música cuja letra se ajuste à Palavra de Deus e se concilie com os princípios cristãos, com a conduta de um verdadeiro cristão, e isso pode ser feito por uma pessoa cristã ou não-cristã.


Se você concordou comigo até aqui, terá que convir que nem todas as músicas não-cristãs são ruins ou prejudiciais à boa vida cristã. Se ouvirmos uma música de um não-cristão que não contenha linguagem imprópria, difamação, apelo sexual ou qualquer outro conteúdo que se desalinhe com a Palavra de Deus, não estaremos cometendo nenhum pecado, mas se houver algo assim, deveremos prudentemente evitar. Uma música apropriada para um cristão é uma música que de alguma forma glorifica o nome do Senhor, por meio de exaltação de Seu nome, apreciação de Sua criação, divulgação de Seus princípios (amor, alegria, paz, dedicação, perseverança, etc.), ou seja, não precisa ser necessariamente uma música que fale sobre Deus, mas pode se estender a diversas outras coisas que de alguma forma glorifiquem ao Criador, ou que simplesmente não seja contrária a nenhum dos mandamentos dados pelo Senhor a Seus filhos!

Exemplificando:

1) Se um cristão compuser uma música que fala sobre Deus, sobre Jesus Cristo, sobre Seu maravilhoso amor, ela será uma música cristã;

2) Se um católico compuser uma canção enaltecendo (não cultuando) ou admirando tudo aquilo que Deus nos proporciona, ela também será uma música cristã;

3) Se um ímpio compuser uma música falando sobre o valor de uma amizade, conforme o modelo bíblico, e que não contradiga nenhum dos valores cristãos, teremos assim uma música conveniente a um cristão;

4) Se uma pessoa desviada faz uma música movida por uma admiração pela natureza, pela beleza das montanhas, biodiversidade ou algo assim, esta será outra música adequada para cristãos, afinal, o que está em voga é a criação do Senhor, e tudo o que Deus fez deve ser apreciado.


MAS E QUANTO À PROCEDÊNCIA DA MÚSICA? ISSO NÃO IMPORTA?

De qualquer forma, a questão da procedência da música é sim um ponto importante a ser analisado. Como já disse acima, a origem da música não pode ser o fator determinante para se considerar uma música como apropriada para um cristão ou não, mas não deixa de ser algo importante e que deve ser levado em conta, sim. Como já vimos, não devemos considerar uma música como apropriada para um cristão só porque foi feita por um cristão, mas também não devemos deixar de levar em conta a procedência do cantor/compositor, para sabermos se convém ouvirmos ou não a mesma. Como disse o apóstolo Paulo, todas as coisas nos são lícitas, mas nem todas nos são convenientes. (1Co 6.12)

Suponhamos que seja lançada uma música bacana, que não contradiz a Palavra, com um ritmo agradável ao ouvinte, porém composta ou interpretada por um satanista. Neste caso, não é conveniente ouvir a música, pois sabemos que apesar de conter uma letra legal, ela provém de alguém totalmente contrário ao Reino de Deus, que luta contra tudo aquilo que tentamos construir. Repito que este não é o fator determinante, mas sim algo que é interessante levarmos em conta. Digo que não é determinante, pois como já dito, não conhecemos o coração, a motivação a real vida cristã dos ditos evangélicos, então é muito vago e inseguro nos embasarmos no estilo de vida do compositor, mas à medida que sabemos algo a respeito do intérprete da canção, podemos ter mais tranqüilidade ao ouvir algo dele. Qual é o interesse de um cristão em ouvir uma obra feita por um declarado inimigo da cruz? Talvez o interesse seja musical, técnico ou algum outro, porém, neste momento expresso que na minha opinião, podemos e devemos evitar. Por que eu apoiaria uma pessoa ou o trabalho de uma pessoa que luta manifestamente contra as coisas que eu creio, e se opõe a tudo aquilo que eu busco? Se posso evitar isso (e creio que devo), evitarei! Mas isso não é um critério utilizado por mim apenas para músicos não-cristãos. Da mesma forma que detesto músicas de pessoas que odeiam ao Senhor, evito músicas de pessoas ditas cristãs que vivem de forma mais ímpia que outras não-cristãs.

Se eu ouço uma música bonita e coerente, porém de um músico que canta outras canções totalmente avessas ao Senhor, evitarei ouvi-las por causa da procedência. (Disse “canções totalmente avessas” e não simplesmente “incorretas e/ou incoerentes”, afinal, se repudiasse qualquer cantor por erros ou incoerências em uma de suas obras, provavelmente nenhum cantor, cristão ou não, passaria no filtro). Essa pré-seleção é algo que partirá de sua análise, prudência e bom siso, e não algo absolutamente imposto sobre todas as pessoas. Como não conhecemos o coração das pessoas, exceto por algumas demonstrações que evidenciam um interior contaminado, temo dizer que essa análise é um tanto quanto relativa e subjetiva. Queria evitar esses termos, mas tive que usá-los.

Ademais, é importante sabermos a procedência da música, pois algumas vezes a análise da letra da música não será possível. Cito como exemplo os casos de músicas em idiomas de difícil tradução ou músicas instrumentais. Como eu posso dizer se uma música instrumental é aconselhável a cristãos se não há letra para se analisar? Neste caso teremos que usar um pouco de nosso tino e avaliar, mesmo que superficialmente, o que sabemos sobre o músico. Não podemos saber o que há no coração do indivíduo, mas com base naquilo que sabemos, podemos pré-selecionar o que vale a pena ouvir e o que não vale. Esses critérios partirão de seu senso crítico e de um excelente filtro dado aos cristãos: A paz de Cristo.

Paulo escreve aos colossenses (Cl 3.15) que a paz de Cristo deve ser o árbitro em nossos corações, ou seja, se estivermos na dúvida sobre a prática de algo, que a paz de Cristo manifesta em nossos corações nos guie ao caminho correto.


ALGUNS EXEMPLOS DE MÚSICAS SECULARES APROPRIADAS

Encerrada a segunda seção deste artigo, darei agora alguns exemplos de músicas seculares que considero bacanas, tanto textual quanto musicalmente, mas que são execráveis aos ouvidos dos que só aceitam composições cristãs, e que reputam todas as composições seculares como abomináveis.

Caipira – Chitãozinho e Xororó

O que eu visto não é linho. Ando até de pé no chão
E o cantar de um passarinho é pra mim uma canção
Vivo com a poeira da enxada entranhada no nariz
Trago a roça bem plantada pra servir meu país
Sou, sou desse jeito e não mudo. Aqui eu tenho de tudo
E a vida não é mentira. Sou, sou livre feito um regato
Eu sou um bicho do mato. Me orgulho de ser caipira
Doutor, eu não tive estudo. Só sei mesmo é trabalhar
Nessa casa de matuto. É bem-vindo quem chegar
Se tenho as mãos calejadas, é do arado rasgando o chão
Se minha pele é queimada, é o sol forte do sertão.
Enquanto alguns fazem guerra, trazendo fome e tristeza
Minha luta é com a terra pra não faltar pão na mesa
Às vezes vou à cidade, mas nem sei falar direito
Pois caipira de verdade nasce e morre desse jeito

Trata-se de um clássico da música sertaneja que não contém nada contrário a Palavra de Deus nem aos princípios cristãos, portanto pode ser ouvido e admirado por cristãos em geral.
Outra música:

Como é Grande o meu Amor por Você - Roberto Carlos

Eu tenho tanto pra te falar, mas com palavras não sei dizer
Como é grande o meu amor por você
E não há nada pra comparar, para poder lhe explicar
Como é grande o meu amor por você
Nem mesmo o céu, nem as estrelas
Nem mesmo o mar e o infinito
Não é maior que o meu amor, nem mais bonito
Me desespero a procurar alguma forma de lhe falar
Como é grande o meu amor por você
Nunca se esqueça nem um segundo
Que eu tenho o amor maior do mundo
Como é grande o meu amor por você

Mostre-me onde a letra desta música glorifica o Diabo! O engraçado que há 30 anos nossos pais e até mesmo pastores cantavam essa música em serenatas de acampamentos cristãos para suas atuais esposas, mas o mundo gira e hoje, três décadas depois, a mesma música se tornou um pecado abominável.

Poderia dar dezenas de outros exemplos, mas creio que já fui claro o bastante com relação ao que queria esclarecer.


É PECADO OUVIR MÚSICA SECULAR?

É importante salientar que o preconceito com músicas seculares é muito recente e exclusivo de poucos países. Não sei dizer em quais países essa prática é culturalmente considerada errada para os cristãos, mas sei de muitos que não a consideram como um erro e desta forma, percebo que essa questão é muito relativa. Conforme a cultura norte-americana, e.g., essa prática é totalmente normal. Lá, grande parte dos músicos cristãos ouve naturalmente músicas não-cristãs e inclusive toca em bandas seculares. No Brasil há um conceito arraigado na mente dos cristãos que, passado de geração em geração, criou um estado de alerta que nos dita que o que não é "gospel" é pecado, mas não é bem assim. O problema é que esse conceito tem raízes tão profundas em nossa mente que às vezes temos medo de sequer tentar contrariá-lo. Na maioria dos países europeus, à guisa dos norte-americanos, é totalmente normal apreciar a arte secular, seja ela cinematográfica, pictórica, musical ou qualquer outra, e o engraçado é que esse conceito domina o meio evangélico brasileiro, porém vetam apenas a arte musical, enquanto qualquer outra forma de expressão artística, como a literatura ou escultura secular é amplamente aceita, e isso é outro ponto que nos faz questionar a pecaminosidade da música secular como um todo.

É engraçada a forma com que só a arte música é pré-conceituada no Brasil, e como em diversos outros países isso não acontece. Um exemplo antigo e curioso é o de Martinho Lutero, que na época da grande Reforma Protestante colocava letras cristãs em cima de composições seculares e adaptava-as para a igreja.

A Palavra de Deus nunca nos proibiu de ouvir músicas não religiosas, muito menos nos determinou a "alienação da arte comum", nem sequer comentou algo parecido. Pelo contrário, nos orienta a examinarmos tudo, mas retermos somente aquilo que é bom. ¹ Por quê? Porque sabemos que é uma mediocridade falar mal de algo que nem conhecemos. Sabemos que o preconceito é um conceito formado sobre a ignorância, o desconhecimento do assunto, e não é isso que queremos. Agindo assim, não teremos senso crítico nem opinião para avaliar algo como bom ou ruim, mas se conhecermos o objeto de nossa necessária análise poderemos, após o filtro de nosso senso crítico ou da Palavra de Deus, defini-lo como algo bom ou ruim para nós, que vivemos uma vida cristã. Há muitas coisas boas no mundo e da mesma forma em que não vemos mal algum em ter um quadro bonito, pintado por um pintor qualquer, ou assistir a um belo filme, dirigido por um cineasta qualquer, também podemos ouvir uma boa música, feita por um músico qualquer, desde que no quadro, no filme ou na música não haja conteúdo imoral, pejorativo, destrutivo, que vá contra nossos princípios.

Naturalmente nem tudo que os ímpios fazem é bom, assim como nem tudo o que cristãos fazem é bom! Não podemos ser restritivos a ponto de pensar que só o que os cristãos fazem é bom e digno de nossa admiração. Deus muitas vezes usa pessoas ímpias para fazer coisas boas, e inclusive temos exemplos disso na Palavra. Ele usou o Rei Ciro (um homem não-cristão) pra cumprir Seus planos e libertar Seu povo (Esdras 1). Usou Artaxerxes (um rei não-cristão) para liberar Neemias para a grande obra de reconstrução de Jerusalém (Neemias 2). Usou um midianita para encorajar Gideão (Juízes 7.13). Deu sonhos extremamente complexos e proféticos para o ímpio Nabucodonosor (Daniel 4). Usou uma mula para repreender Balaão (Nm 22.28) Propôs-se a utilizar uma pedra (seria ela cristã?) para pregar sua Vontade! (Lc. 19.40), e certamente pode usar qualquer pessoa, seja ela cristã ou não-cristã para lograr Seus altos projetos. Se Deus não usasse pessoas não-cristãs neste mundo, provavelmente os israelitas estariam em cativeiro até hoje! Deus está no controle de absolutamente tudo, e se quiser, ordena até que espíritos maus lhe obedeçam, e estes o obedecem! (1Sm 16.15)

A despeito de meus argumentos, você pode perceber a incoerência de se aceitar todos os tipos de arte (dança, teatro, pintura, escultura, arquitetura, cinema) menos a música? Se uma pessoa afirma que não pode ouvir uma música por ter sido composta por um não-cristão, ela obrigatoriamente terá que concordar com as seguintes admoestações:

- De jeito nenhum! Não vá ver a Cia Russa de Teatro, afinal eles são ensaiados por um coreógrafo desviado! (Dança)

- Credo! Não vá àquela peça de teatro e nem pise os pés ali, pois é tudo feito por não-cristãos! (Teatro)

- Deus que me livre! Não vou mesmo com você à pinacoteca. Lá só tem quadro de gente católica! (Pintura)

- Irmão! Você foi ao Museu? Misericórdia! Como você ousa apreciar as obras de um ímpio desses?(Escultura)

- Olha, me desculpe, mas eu me recuso a entrar nesta casa, afinal ela foi desenhada por um idólatra. (Arquitetura)

- Eu, hein! Você, evangélica indo ao cinema assim? Sabe que o filme não é cristão, né?! (Cinema)

Se uma pessoa rejeita músicas não–cristãs por serem de não-cristãos, logicamente deverá assumir uma postura radical que englobe mídias radiofônicas, televisivas, pictóricas, etc. Se só podemos ouvir o que provém de um cristão, por que poderíamos assistir ou admirar filmes e obras de pessoas não-cristãs?
Embora já esteja claro, vamos pensar um pouco mais:

01) Qual é a intenção de um pintor quando cria sua obra? Não sabemos, mas não censuramos os apreciadores duma pinacoteca;

02) Qual a intenção dum cineasta quando escreve seu filme? Não sabemos, mas não resistimos a um cineminha de vez em quando;

03) Qual foi a intenção de um escultor da Idade Média quando criou sua obra? Não sabemos, mas não vemos o menor problema em frequentar um museu;

04) Qual foi a intenção do dramaturgo famoso quando criou sua grande obra? Não sabemos, mas não vemos problemas em ir assistir sua peça;

05) Qual foi o intuito daquele famigerado autor ao escrever seu best-seller? Não sabemos, mas muitos investem seu dinheiro em literaturas não-cristãs e não vêem problemas nisso.

Mas a música?! Ah, a música... Sempre abominável aos cristãos. Tenho certeza que a televisão induz muito mais pessoas ao pecado do que a Rádio Alfa. Outros exemplos:

- Você já viu algum filme com o ateu Bruce Lee?

- Já leu alguma obra do ateu Russell?

- Já se emocionou com os vôos do ateu Christopher Reeve?

- Já assistiu algum filme do ateu Ernest Hemingway?

- Já admirou as obras do ateu Oscar Niemeyer?

- Já trabalhou com o Sistema Operacional daquele agnóstico bilionário?

Mas e os músicos?! Ah, os músicos...

Lembro-me que quando fiz meu Curso Técnico de Música, fui censurado por alguns evangélicos por me sujeitar a ouvir músicas seculares. No curso, eu precisei ouvir músicas seculares a fim de garantir meu diploma. Nas leis que regem o sistema educacional do Brasil, não há nada que me resguarde contra a obrigatoriedade de ouvir músicas seculares. Se você é um religioso e não apóia o Halloween, pode se privar de participar de um evento que o promova, pois está resguardado desta cerimônia conforme as leis que apóiam o respeito religioso entre as pessoas, mas nada há que possa isentar um religioso quando o assunto é "música cristã x música secular", e assim você é realmente obrigado a cumprir as exigências
do curso, caso queira ter um diploma reconhecido.

Desta forma, fui criticado por alguns, que diziam que “se eu teria que ‘pecar’ para conseguir minha formação, era melhor não fazer o curso”. É nessa hora que surgem aqueles argumentos medíocres descontextualizados, como "a inspiração vem de Deus", mas não estamos falando de inspiração. Estamos falando de formação, instrução. Se alguns se valem do argumento de que “não preciso fazer faculdade porque a inspiração vem de Deus”, consequentemente qualquer arquiteto, publicitário, desenhista também não deve fazer faculdade afinal “a inspiração vem de Deus". Concordo que Deus nos dá inspiração (na verdade, o Espírito Santo - In Spirit Action), mas se não posso fazer um curso de música, pois lá, me depararei com obras seculares, é coerente e esperado que se constate também que não devemos estudar nenhum outro curso que se depare com obras seculares. (ou seja, todos) Até mesmo numa faculdade de teologia você precisa estudar matérias e obras de ímpios. Se você fizer Administração, terá que estudar o secular Fordismo. Se Ciências Contábeis, as conclusões do idólatra Paccioli. Se faz Psicologia, terá que conhecer o "tão bíblico" Freudismo. Se estuda Filosofia, não escapará dos textos do ateu Nietsche.

Sendo assim, por que em todas as faculdades os alunos podem estudar "tomos" de autores não-cristãos, mas na música não? Por que posso usufruir do fruto do trabalho de ateus para alguns fins, mas não posso estudar com músicos que nem ateus são, mas simplesmente pessoas desviadas? Se não posso ouvir uma música cujo autor não é cristão, por que poderia tomar um remédio desenvolvido por um não-cristão, estudar um livro escrito por um não-cristão, jogar um jogo feito por um não-cristão, assistir um filme feito por um não-cristão? Por que posso estudar qualquer outro curso com professores não-cristãos, lendo obras de autores não-cristãos, mas não posso estudar música com um professor não-cristão, tampouco estudar uma obra de um músico não-cristão?

Podemos admirar a arte, seja ela qual for, porém simplesmente devemos analisá-las e aceitar apenas aquilo que é bom. É assim com os filmes, com a dança, os desenhos animados, a música ou o que for.


ANALISE A TUDO E RETENHA APENAS O QUE É BOM!

Espero que entendam que não estou fazendo apologia à música secular. Se atentar para o teor de minhas afirmações e questionamentos, constatará que apenas estou indo contra os fracos e irracionais argumentos logicamente inválidos contra esta prática, e defendendo uma postura mais racional e coerente. Meu desejo é forçar aqueles que proíbem essa prática a terem argumentos mais fortes, convincentes e menos contraditórios. É duro ouvir acusações generalizadas como "crente engole tudo o que ouve", "crente é ignorante” e outras que infelizmente fazem sentido em grande parte dos evangélicos, mas que prejudicam a parte mais examinadora do Reino de Deus.

É bom passarmos a pensar mais e falarmos menos, senão continuaremos denegrindo o tão inteligente cristianismo, puro e simples. Se não pensarmos em argumentos melhores, os que são contra este tipo de prática provavelmente se prejudicarão em debates com pessoas mais instruídas a respeito desse polêmico tema, e verão seus fracos argumentos sucumbirem diante de uma resistência e confronto mais intelectual.

Como disse no caput deste artigo, não costumo ouvir músicas seculares nem apoio pessoas a fazerem isso, mas minha opinião a respeito disso é esta aqui expressa, e não me conformo com o farisaísmo de certos cristãos que como dizem as Escrituras, "coam um mosquito, mas engolem um camelo". Não defendo essa prática por ter consciência da falta de senso crítico e analítico de muitos (inclusive da minha parte, algumas vezes), e sou consciente de que se não viver uma vida radical, determinada, inteligente e de certa forma alienada, não terei moral para rejeitar a prática de se ouvir músicas seculares valendo-me dos fracos argumentos que ouço de muitos.

Que Deus nos dê sabedoria e discernimento para analisarmos a tudo e retermos somente aquilo que é bom, e que sempre, sempre a paz de Cristo norteie nossas vidas.



Deus abençoe!



E.F.



¹ Essa orientação de “examinarmos tudo” de I Tessalonicenses 5.21 é entendida como um exame abrangente, porém pode também estar se referindo exclusivamente às profecias.

5 comentários:

  1. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa eu te ajudei indiretamente neste artigo vaaai rsrsrsrsrs


    mas vc ta escrevendo bem cara!!! rsrsrs

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  2. Nããããõoooo.... nãããããoooooo;..... fiz tudo sozinhooooooo

    hhaha..zuera

    É verdade... Vc me ajudou a formar alguns conceitos.... Valeu!!

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  3. Ainda lendo o poster. Curti essa pagina. Mas tava pensando - por exemplo - aquela musica do roberto carlos, nao sei se cantaria. Até que ponto é verdade afirmar que nem o céus nem as estrelas, nada é maior do que o amor (humano) por outra pessoa (humana)?

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  4. Interessante seu post, estava lendo o post sobre como memorizar as escalas maiores e acabei vendo no menu lateral esse post que me chamou a atenção.

    Eu sou exatamente do tipo que você descreve rsrs sou completamente contra ouvir músicas que não sejam para glória de Deus pois não creio que exista campo neutro, não que as músicas seculares sejam ligadas ao satanismo não é isso porém se Jesus disse que quem não é por ele é contra, logo, mesmo que a música não seja dedicada a Satanás se não é pra Deus pelo menos pra mim perde todo sentido, se todo o louvor deve ser dado a ele (várias passagens bíblicas comprovam isso) logo é TODO o louvor .

    Como você mesmo escreveu as vezes tem gente que pode ser ligada ao espiritismo e escreve uma canção "gospel" super linda mas com referências a reencarnação e etc, eu sempre filtro o q eu escuto procuro não só ouvir o som mas entender do que se trata a letra pois se encontrar referências que não são respaldadas biblicamente logo eu paro de escutar a música ou até mesmo o artista pois nós como cristãos devemos escutar aquilo que nos edifica

    Entendo complatemente que você não está fazendo apologia mas estou apenas deixando minha opinião, ótimo blog continua sempre assim e Deus abençoe

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  5. Olá, "Anônimo". Muito obrigado por compartilhar sua opinião. Estou passando todos os meus artigos para meu site (www.eduardofeldberg.com.br), e já aproveitando para atualizar os textos, e em breve, vou postar este artigo, melhor organizado, e de forma mais clara e completa. Vou rever algumas coisas, manter outras, e espero que o resultado fique legal e compreensível. Que Deus te abençoe e obrigado pelo post.!

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